quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fiz-me ver para ver-me crer.


Fora de mim, olho-me só. Comigo enfim, penso-me unido.
Vigiava-me cavalgando, com os olhos de vós e, descobri que fiz de mim um ente severo.
 Via-me numa canoa, agora já distante da terra e, fiz-me um pedido; que me tomasse a pulsação e, que matasse-me de vez em só.
Via-me morto, com os pulmões gritando-me por socorro, afogados. Subia os olhares e a via ajudando-me.
A fuga não correspondeu meus desejos. Minha amada foi astúcia e, desempenhou-se numa corrida à cavalo, onde me alcançou.
Olhava-me agora coberto num lençol escuro de fina estampa. A olhei olhar-me e sorri ao seu sorriso. Detive-me dizer algo. Denunciei-a aos céus, mas fui renegado.
Cambaleou e me trouxe à casa de mamãe. Surrei-lhe um beijo indesejável e nada comentei da quase-bela tarde que presenciei de mim á mim, por fora e dentro.
Corri-lhe informar sobre a má vida que me corria, mas esticou-me os braços e nada mais disse. Somente fez-me crer que Deus é mais, e a fiz crer que creio.
Vi-me olhar-lhe torto, campus então este texto. 

Lucas L. Gonzalez, 2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O casal proibido de amar.

-Então juras que me trará o céu?
-Nada juro. Contudo, tu sabes quem me governa. Devo à ele minha reencarnação. Posso pedi-lo que lhe faça o mesmo.
 -Não! Nunca! Jura solenemente me buscar o céu?
-Quando eu morrer, minha amada, não terei a mente que tenho. Para sempre nunca existir. Esse é o lema dele perante à mim, há décadas, desde o atentado de séculos.
-Enquanto à mim? Quer que eu sofra a dor que sofres?
-Não quero nada, meus sentimentos são poucos; o de dor, pena e perda. Nada posso para com ele.
-E para comigo? Sei que sabes o caminho curto para o céu. Leve-me, que juro me entregar ao seu peito.
-Meu peito? De nada vale, meu anjo. É melhor deixar o destino fluir de si para si, contigo enfim.
-Eu não valo nada para você?
-Não faça essas perguntas, sabes que te amo.
-PROVE! Traga-me o céu.
-Eu queria, mas a dor em mim é plena, forte e severa. À mim pertencerá eternamente. É um erro grande amá-la.
-Ao menos diga-me então o caminho.
-Siga em frente. Nunca vire, ou olhe para os lados, seja o que for, me entende?
-Sim, e então? A trilha é tão tortuosa de tal maneira?
-Muito mais do que sabes pensar sobre. Desejo-te sorte. Mas também desejo nunca mais vê-la, minha amada.
Lucas L. Gonzalez
05/08/2011